- Área: 3948 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: Américo Pré-Moldados, Bendermix, Coper Vidros, Olaria Cemonte
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Clínica Escola de psicologia e fisioterapia da FVS (Faculdade Vale do Salgado) está localizada na cidade do Icó, que possui um sítio arquitetônico datado do século XVIII no sertão do Ceará. Por estar localizado no limite do perímetro de tombamento, o edifício teve que se adequar a algumas diretrizes impostas pelo IPHAN como seguir a paleta de cores da cidade, utilização de materiais locais nas fachadas, gabarito de 7m e assegurar a edificação no limite do lote, sem recuo frontal.
O programa de necessidades consistia em uma área acadêmica com salas de aula, biblioteca, setor administrativo, coordenação, direção e sala de professores, voltada para alunos e funcionários. Uma clínica de fisioterapia com piscina de reabilitação e sala de atividades e uma clínica de psicologia com salas de atendimento individual, em grupo, para casais e para crianças. As clínicas atendem além dos alunos e funcionários, a comunidade local.
O terreno escolhido para o edifício possuía uma maternidade e uma delegacia de polícia desativadas, bem como um conjunto de três casas. A delegacia e o conjunto de casas foram demolidos e a maternidade foi preservada em parte já que foi feito um rasgo no interior do edifício para assegurar iluminação e ventilação natural. Esse pátio interno funciona como área de convivência do setor acadêmico, com uma cobertura translúcida e bancos de concreto aparente em um piso de tijolo cerâmico. Uma vez que o terreno possui três frentes, foram escolhidas as ruas opostas para servirem de acesso ao edifício. As clínicas ficaram voltadas para uma rua e o setor acadêmico para a outra.
Uma circulação perpendicular faz a ligação interna entre elas. No acesso ao setor acadêmico foram criadas três grandes portas de 9 metros de comprimento para integrar a rua com uma praça interna pensada para a convivência dos alunos. A solução encontrada pelo escritório para atender a diretriz imposta pelo IPHAN em alinhar o edifício ao lote, eliminando o recuo frontal, foi criar uma pele externa de cobogós em todo o seu perímetro, envelopando o edifício.
Um jardim foi proposto no espaço entre a fachada de elementos vazados e as paredes de salas de aula, gerando um maior conforto térmico para toda a edificação. Para dar ritmo às fachadas, estas foram rasgadas com aberturas aleatórias, remetendo a esquadrias. O respeito aos materiais e à cultura do local alinhados a um desenho com traços marcantes gerou uma forte identidade ao prédio, além de se adequar ao clima da região. O edifício imprime uma leitura contemporânea na cidade tombada pelo IPHAN sem entrar em conflito com o seu entorno.